Nossa preocupação era com a estrada de terra entre Salto da Divisa e Jacinto, dado que a moto do Vagner encontraria dificuldades para transpor o percurso.
Só que, no posto onde abastecemos, recebemos a notícia que o caminho escolhido era de terra, também! E pior, maior quilometragem que a estrada que queríamos evitar...
Diante disso, ficamos acertados em seguir até Itapebi para fotografar da ponte sobre o Jequitinhonha, voltar a Itagimirim e seguir para Salto da Divisa, atravessando Jacinto e chegando às 18h em Almenara.
Entre a teoria e a prática vai uma grande distância, não é mesmo? Pois foi o que aconteceu: todo mundo, exceto eu, passou batido por sobre a ponte. Claro que isso aconteceu tão somente por não haver NENHUMA sinalização indicativa. Como eu sabia que havia um único rio daquele porte para atravessarmos, não houve dúvidas.
Nem demorei cinco minutos para fotografar e filmar. Segui um pouco adiante e parei para esperar o retorno do grupo. Só que não vieram e tomei a decisão de segui-los. Pensava que iria encontra-los logo mais à frente, me esperando chegar.
Acontece que andei por mais de 1h e nada de encontrar o pessoal. Nessa hora fico pensando onde foi que errei, por que ninguém parou para me esperar ou retornou pra ver se eu estava bem, se aconteceu um acidente. O desespero vai crescendo à medida que o tempo e os quilômetros vão aumentando.
No meio da busca, aconteceu um acidente com um garoto de bicicleta carregando um frango. Vi de longe quando ele caiu da bicicleta e o frango fugindo pela estrada. Na tentativa de recuperar o frango, que atravessou a estrada, passou na frente de um ônibus que vinha no sentido contrário, por duas vezes!
Parei minha moto na pista e esperei o desenrolar, quando o frango veio na minha direção e vi o menino chorando e pedindo ajuda. Fiz a volta na pista, estacionei e desliguei a moto. Cerquei mais a frente, apesar do frango ter ido pro mato, bem mais baixo de onde eu estava. Com uma voadora, o garoto pegou o frango. Vi que estava um pouco ralado, mas bem. Segui em frente.
Pouco depois, encontro com Loló e Elô voltando. Proseamos e voltamos para Itagimirim. No posto, depois de abastecer, fui o único a almoçar, já que o Loló estava num piriri gangorra e Elô, pra manter a boa forma não comeu nada.
Decidimos seguir para Salto e descobrir depois onde Galvão e Vagner foram parar. Eu desconfiava que estavam chegando a Salvador. Mas quase chegaram a Ilhéus!
Pra quem fizer esse caminho, atenção: não tem nenhuma placa sinalizando a entrada para Salto. Mesmo com indicação anterior, tivemos que tornar a perguntar. Estrada asfaltada, mas com muitos buracos ao longo da pista. Asfalto de péssima qualidade, assim como a qualidade das "autoridades competentes" pela decisão, construção e conservação.
Pior foi chegar a Salto e descobrir que o salto do Jequitinhonha virou história: desde a construção da barragem de Itapebi ele não existe mais. Que decepção.
Mas ainda tínhamos que enfrentar a estrada de terra para Jacinto e a ameaça de sua rondava nossa viagem. Por sorte não choveu.
Foi tenso, mas conseguimos chegar ilesos. Paramos para fotografar, tirar mosquitos dos capacetes, descansar e nos refazer para continuar. Algumas vezes minha moto ameaçou escapar do meu controle, mas consegui retomar a posse dela. O mesmo aconteceu com Aloísio, mesmo tendo controle de tração e ABS.
Chegamos a Jacinto e ainda precisamos enfrentar mais três trechos de terra. O maior tinha quase 10 Km de extensão. Os outros estavam antes de pontes e ainda não consigo entender o por que disso. Segundo um morador de Almenara é porque não tem políticos que façam alguma coisa pela cidade. Aliás, como na maior parte das cidades brasileiras.
Enfim, Almenara surgiu aos nossos olhos por volta das 18h. Parando num posto para conseguir informação de hospedagem, o Loló descobriu que Galvão e Vagner estavam na Bahia, em Itapetinga. Um perto longe de nós, dado que tem uma estrada de terra. Amanhã veremos o que vai acontecer. Acredito que possamos encontra-los em Itaobim.
Hotel encontrado, andamos (muito) pela cidade atrás de uma churrascaria, já que a que existe perto do hotel ainda estava aquecendo a churrasqueira. Desse passeio resultou uma caminhada longa e cansativa e um retorno de táxi para a primeira churrascaria.
Jantamos fartamente e retornamos ao hotel. Temos uma previsão de saída por volta das 9h.
Quem sabe cheguemos até Salinas amanhã?
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| Ponte sobre o Jequitinhonha |
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| Eis o Jequitinhonha em todo o seu esplendor |
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| A barragem de Itapebi, ao fundo, à direita. |
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| Divisa entre BA/MG |
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| Por do Sol bem tímido |
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| Escapamos ilesos dessa chuva |
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| Jacinto |
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| O asfalto, finalmente. E lavado pela chuva. |
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| Cruzando a ponte sobre o Jequitinhonha em Almenara |
